A Voz do Pastor: 26 de janeiro de 2014

Dom Geraldo Lyrio Rocha no programa de áudio: A Voz do Pastor. Confira, abaixo, o programa do dia 26 de janeiro de 2014.

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Homilia Dominical, 3º Domingo do Tempo Comum (26/01/14)

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Homilia Dominical, 2º Domingo do Tempo Comum (19/01/14)

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A Voz do Pastor: 19 de janeiro de 2014

Dom Geraldo Lyrio Rocha no programa de áudio: A Voz do Pastor. Confira, abaixo, o programa do dia 19 de janeiro de 2014.

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A Voz do Pastor: 12 de janeiro de 2014

Dom Geraldo Lyrio Rocha no programa de áudio: A Voz do Pastor. Confira, abaixo, o programa do dia 12 de janeiro de 2014.

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Homilia Dominical, Batismo do Senhor (12/01/14)

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PENSANDO O ANO NOVO

Nossa missão de construir o Reino de Deus não pode parar. O ano de 2014 foi pensado pelo nosso Conselho de Pastoral Paroquial – CPP, como tempo para fazermos a experiência do encontro com Deus que se revela na simplicidade das coisas. Deseja-se que aprofundemos em nosso compromisso de lutar para que “entre nós ninguém se sinta excluído, mal amado, rejeitado ou esquecido”.

Os Grupos de Reflexão hão de ser um espaço privilegiado para mergulharmos no mistério do Deus que se revela em primeiro pela Palavra. Ao mesmo tempo, vamos assumindo os compromissos fixados pela assembleia arquidiocesana, com uma atenção especial às diretrizes do Projeto Arquidiocesano de Evangelização – PAE.

Assumimos de refletir no primeiro semestre a exortação apostólica do Papa Francisco, “A alegria do Evangelho”. Vamos aprofundar a nossa vida de oração para melhor assumirmos a nossa missão de testemunhar o projeto de Deus, fortalecidos por uma mística que sustente a nossa caminhada. Buscaremos nos aproximar mais das pessoas, numa perspectiva missionária e fraternal.

Será preciso acompanhar bem de perto os nossos conselhos, dimensões, pastorais e movimentos, bem como sustentar o ânimo das nossas lideranças. Recentemente a Arquidiocese publicou o Manual para os Conselhos e será propício nos apropriarmos destas normas que vêm para melhor ajudar na comunhão e na participação de todos.

Em setembro, se realizará a 9ª Assembleia de Pastoral da nossa Paróquia, ocasião para revermos a caminhada, assumir compromissos, reavivar a utopia e seguir adiante no projeto de Deus.

O pontificado do Papa Francisco, sinal de muita esperança para a Igreja e todo o mundo, indica a necessidade e o desejo de que os leigos participem, especialmente a partir das nossas comunidades de fé, fazendo da paróquia uma rede de comunidades, comunidade de comunidades.

Feliz 2014! O Senhor nos abençoe, nos dê paz e luz e sua misericórdia nos seja farta. (Nm 6,26).

Cuidar de si para cuidar do outro

Na nossa caminhada como agentes pastorais, muitas vezes, sentimos que os compromissos assumidos roubam nosso tempo livre e nos sentimos cansados. Se nossas obrigações nos cansam mais do que o razoável, pode ser que estejam sendo vividas sem as motivações adequadas, sem uma espiritualidade que nos resgate a alegria, a capacidade de acreditar no outro e a confiança na atuação de Deus em nossa história.

Um aspecto interessante a ser considerado é a relação entre o cuidar de mim e o cuidar dos outros. Não podemos vivê-las como realidades que se opõem, mas sim que precisam ser integradas. Algumas pessoas são compulsivas para servir os outros, esquecendo-se de si mesmas e das próprias necessidades; muitas vezes, movidas pelo medo de não serem amadas e por sentimento de culpa. Carregam a imagem de um deus sanguinário, que exige sacrifícios. Por outro lado, temos pessoas que se preocupam obsessivamente com seu tempo pessoal, fugindo de qualquer compromisso. Sua vida espiritual restringe-se à participação em alguns momentos religiosos que proporcionam algum alívio, mas não alimentam o encontro com os outros, a vida em comunidade, o compromisso no mundo, a paixão pela evangelização. E no seu fechamento muitas vezes acabam tristes, amargas e sem esperança.

Uma das características do Deus revelado por Jesus é o do amor incondicional, que não pede sacrifícios, mas nos convoca para cooperarmos com a construção de seu Reino, como uma resposta alegre e generosa ao seu amor. É muito importante valorizarmos as “Betânias”, que são aqueles locais de fortalecimento, crescimento pessoal e descanso. Para isso, precisamos dedicar tempo para a família, tempo para os amigos, tempo para cuidarmos de nossa saúde (alimentação, atividade física, lazer), tempo para oração pessoal. Valorizando estes espaços, nos fortalecemos para, no cotidiano de nossas vidas, assumirmos a missão que torna nossa vida fecunda e plena de sentido.

Olhar Pastoral: Por que tanta alegria?

Olhar Pastoral

O Papa Francisco tem produzido no mundo inteiro uma profunda alegria. Não só por causa de suas palavras, mas também por causa de seus gestos e atitudes. Claro que precisamos lembrar o que nos dizia o padre Claret sobre a “tentação do dedo”, ou seja, olhar mais para o dedo do que para a direção que o dedo aponta. Aliás, o próprio Papa Francisco afirma que é preciso falar mais de Jesus do que da Igreja, mais da graça do que da lei, mais da Palavra do que do Papa!

Mas por que tanta alegria em ouvir ou ler suas palavras e contemplar seus gestos? O que está por trás de tudo isso? Arriscaria a dizer o seguinte: porque ele nunca se distanciou dos preferidos de Deus: gente simples, sofredora, explorada e excluída. Porque ele conhece as limitações humanas e sabe que o evangelho é boa notícia de misericórdia e perdão. Porque ele não faz de seu ministério poder e ostentação, mas serviço e compromisso.

Como Francisco há tantos outros, mulheres e homens. Muito do que estamos vendo e ouvindo já se viu e ouviu na Igreja. A diferença é que agora o Francisco que fala é o Papa! Há muitos que pensam como Francisco, agem como Francisco, vivem como Francisco. Contudo, sempre foram calados, invisibilizados, colocados à margem. Que bom que o “sopro do Espírito” conduziu um desses para ser bispo de Roma.

Melhor ainda será quando os leigos e as leigas, sobretudo nós padres e bispos entendermos que esse é o caminho e decidirmos converter nossa vida para que a humanidade se alegre por causa do Evangelho.

Como Sonhei Ouvir Isso!

Há cerca de vinte anos, trabalhava na Paróquia São Pedro, em Ponte Nova, quando me deparei com a história de um casal que, de acordo com as normas da Igreja, não poderia receber a Comunhão. Ao conhecer melhor a situação, achei que seria um absurdo negar a eles a Eucaristia. Não concordava. Consultei algumas pessoas do conselho paroquial, porque é sempre bom ouvir a Igreja, e disse a eles que, por mim, poderiam tranquilamente comungar. E fiz isso com toda serenidade.

Pouco depois aconteceu o mesmo com outro casal. E as pessoas que consultei, não da hierarquia, concordaram que eles também tinham o direito de comungar. A partir daí, por onde passei, tentei ouvir as pessoas que me procuravam, quase sempre angustiadas, e procurava oferecer mais palavras de conforto e de esperança.

Afirmava pra pessoa que a vida dela era muito mais que o fato de ser recasada ou não ter recebido o sacramento do matrimônio. E mostrava que o que faz alguém estar em comunhão com Deus e com os irmãos não é tanto a Hóstia, mas a vida que a pessoa leva. Tanto nas conversas particulares como nas reflexões e homilias, repeti muitas vezes que a comunhão não poderia ser vista como um prêmio pra quem é santo, mas como remédio e alimento pra quem precisa de força. Que Deus não ama só quem merece, porque, na lógica dele, quanto menos merece, mais precisa do amor.

Embora sempre tenha feito isso com a consciência tranquila, sabia que estava um tanto na contramão do ensinamento oficial da Igreja católica.

Qual não foi a minha surpresa ao ler, há poucos dias, justamente isto: (…) “Mas há outras portas que também não se devem fechar: todos podem participar de alguma forma na vida eclesial, todos podem fazer parte da comunidade, e nem sequer as portas dos sacramentos se deveriam fechar por uma razão qualquer. Isto vale sobretudo quando se trata daquele sacramento que é a “porta”: o Batismo. A Eucaristia, embora constitua a plenitude da vida sacramental, não é um prêmio para os perfeitos, mas um remédio generoso e um alimento para os fracos. Estas convicções têm também consequências pastorais, que somos chamados a considerar com prudência e audácia. Muitas vezes agimos como controladores da graça e não como facilitadores. Mas a Igreja não é uma alfândega; é a casa paterna, onde há lugar para todos com a sua vida penosa”. Ah, como eu sonhava ouvir isso!!!

Só que a surpresa não está no fato de encontrar essas palavras. Muita gente pensa assim. O bom de tudo, e que me deixou imensamente feliz e orgulhoso da Igreja, é que essas palavras foram ditas pelo nosso querido papa Francisco, não de improviso, no calor de alguma emoção, mas num documento oficial, em sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudim, no número 47.

Sempre pensei assim: se Jesus deu a comunhão para Judas, que o estava traindo, para Pedro, que o negaria vergonhosamente, para todos aqueles medrosos que o abandonaram; se acolheu uma mulher que já estava no sexto ‘casamento’ e a aceitou como missionária; se o Papa, ao ser interrogado sobre a questão da homossexualidade, afirmou claro: “quem sou eu para julgar?!”; se tenho consciência do quanto sou frágil e pecador, como posso ter a ousadia de julgar as pessoas e negar a elas o presente que o próprio Deus lhes oferece?!

Pena que, como diz ainda o Papa no número 6 da Exortação, “há cristãos que parecem ter escolhido viver uma Quaresma sem Páscoa”. Somos chamados a ser portadores da misericórdia de Deus, semeadores de esperança, promotores da vida e da alegria. Se as pessoas nos procuram com as suas feridas é porque esperam encontrar em nós um bálsamo, um conforto, um auxílio para a cura, e não palavras e atitudes que vão abrir mais a chaga. Se trazem a nós o seu pecado, é porque acreditam que encontrarão o perdão e a paz. Naturalmente, não se trata de banalizar o mal e o pecado, mas mostrar que cada um(a) deve assumir a responsabilidade por suas escolhas, sem deixar de espalhar a graça e a salvação. O papa Francisco, com a sua Exortação, tão humana e tão cristã, consegue mostrar que realmente o Evangelho é caminho para a Alegria. Louvado seja Deus!!!