“Fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas”

Que lindas músicas nossa Igreja possui, e como título desse artigo se encontra uma delas. Quantas reflexões podemos fazer com essa mensagem e uma em especial faço hoje com essa canção.

Muitas vezes perguntamos: como seguir Jesus? Ou como servir Jesus? Ou até mesmo: vale a pena servir Jesus? Acho que quase todo leigo, cristão, faz essas perguntas.

Penso que podemos servir a Deus de tantas formas, em tantos lugares, em tantas ocasiões e hoje partilho sobre a experiência de seguir e servir a Jesus, por meio do Ministério Extraordinário da Comunhão Eucarística (MECE).

Os trabalhos dedicados a esse Ministério contemplam a distribuição da Sagrada Comunhão nas Celebrações Eucarísticas, levar comunhões aos enfermos impossibilitados de participar das celebrações junto da comunidade, realizar celebrações da Palavra e auxiliar o Padre no que for preciso na liturgia, dentre outros.

Como todo serviço na comunidade ele exige dedicação e amor, pois, os compromissos são muitos, mas, penso que seja como oferecer rosas. O gesto de oferecer rosas é uma forma de demonstrar amor, de manifestar que o outro é importante para nós, de tentar fazer o outro mais feliz.

No entanto, percebo que recebemos mais do que doamos nesse trabalho, por isso, escolhi como tema desta partilha esta frase: “Fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas”. Quantas vezes vamos levar Jesus àqueles que não podem estar fisicamente na igreja, e voltamos muito melhores e renovados pela presença de Jesus, e também pela acolhida das pessoas, pela devoção e expectativa dos enfermos em alimentar o pão eucarístico, o alimento que dá vigor, que restaura. Em alguns momentos nesse ministério somos marcados por grandes alegrias, e outros por perdas nos recordando que na vida existe um tempo para cada coisa. Presenciamos pessoas tendo a saúde restaurada, mas também outras que não se encontram mais em nosso meio e que junto dos familiares sentimos a ausência. Lembro-me sempre a alegria de dona Nêga e Sô Neca em receber a comunhão, a expectativa de Dona Terezinha, mesmo por alguns meses na cama, em receber a eucaristia e é tão bom vê-la agora reabilitada participando sempre nas missas.

Lembro-me quando acompanhei em diversas casas o saudoso Sr. Raposo (Ministro por muitos anos na Paróquia de Fátima), na minha preparação para assumir o ministério, do seu carinho com os doentes, da sua serenidade ao conduzir a celebração. Dele herdei a teca (pequeno recipiente onde se leva a comunhão para os enfermos) que fora de seu pai (primeiro Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarístita de Viçosa). Na época fiquei impressionada com o seu despojamento ao me dar os objetos sacros que por tanto o havia acompanhado em seu serviço ministerial. E, que interessante, após um ano, a sua esposa Lêda foi convidada pelo Pe. Wander a assumir como MECE e fui indicada para acompanhá-la nas visitas aos doentes que levava comunhão. Que presente de Deus, pude retribuir os ensinamentos que seu esposo me passou. “Fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas”.

É muito bom sentir o perfume das rosas que distribuímos nas missas, nas casas que visitamos, nas reuniões que participamos. Tudo isso é sinal de que há muitas pessoas oferecendo rosas, ou seja, dedicando um pouco de sua vida à outras pessoas. Que a presença Eucarística de Jesus nos ensine a cada dia que, “dar ao próximo alegria, parece coisa tão singela. Aos olhos de Deus porém, é das artes a mais bela”.

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