Alegrai-vos

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Alegrai-vos” é a grande recomendação que o Papa Francisco faz aos consagrados, em sua primeira carta sobre o Ano da Vida Consagrada. É também o seu convite aos leigos e leigas, quando apresenta para toda a Igreja a sua primeira Exortação Apostólica “A Alegria do Evangelho”.

Além do sorriso aberto do Papa Francisco, que tanto nos encanta, ele fala de letícia; de um sentimento pleno que envolve e dá sentido ao nosso ser espiritual, que nos anima. Sentimento este que provém de uma experiência profunda com o Cristo Ressuscitado. “A minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa” (Jo 15, 11). O Papa fala que “quem encontrou o Senhor e O segue com fidelidade é um mensageiro da alegria do Espírito”.

A vida consagrada vivida, quer nos institutos religiosos mais ou menos tradicionais, ou nos institutos seculares, quer nas sociedades de vida apostólica, ou por opção individual, que a pessoa pode fazer no silêncio da sua existência concreta, comunicada ou não à autoridade eclesiástica, é um grande dom de Deus à Igreja e também à sociedade. A vida daqueles e daquelas que, através dos votos de pobreza, castidade e obediência, se colocam, incondicionalmente, ao serviço de Cristo e do anúncio do Seu Evangelho nasce do coração da Igreja. Por isso a vida consagrada tem, dentro da Igreja, não só o compromisso especial com o louvor divino, mas também com a generosa entrega ao serviço dos outros e da comunidade.

A grande missão dos consagrados foi sempre essa coragem de ir ao encontro dos mais necessitados, e ser para cada um deles o braço estendido do Cristo que se compadece das multidões (MT 9,32). Multidões estas que estão nas periferias de um mundo materialista e nas periferias existenciais. A contribuição da vida consagrada na expansão e edificação da Igreja, ao longo dos séculos, tem uma importância incomensurável. O martírio cruento ou incruento de muitos consagrados missionários, por esse mundo afora, foi e continua sendo semente de novos cristãos.

Os carismas suscitados pelo Espírito Santo a tantos fundadores e fundadoras, para responder às necessidades dos tempos, dão à vida Consagrada um dinamismo encantador. O Santo Padre, consciente de tudo isto, se faz porta voz do Espírito Santo quando apresenta os Objetivos do Ano da Vida Consagrada, que nada tem a ver com o pessimismo com o qual muitos a olham hoje. São eles: Olhar o passado com gratidão; viver o presente com paixão e olhar para o futuro com esperança.

A vida consagrada passa por crise? Talvez sim, mas o Papa faz-nos acreditar no significado maior desse fenômeno existencial: As crises são o grito da vida nos chamando à modificação, por isto, ele convida-nos a renovar e qualificar com alegria e paixão a nossa vocação.