Qual é sua bandeira?

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Todos nós somos seguidores de Jesus, chamados a sermos discípulos missionários e a nos deixarmos conduzir por sua bandeira. Qual é a bandeira de Jesus? A bandeira de Jesus é a da pobreza e humildade, é a bandeira de Jesus de Nazaré, com seu estilo de vida, de galileu e nazareno. É a bandeira que leva à vida. É a bandeira dos “pobres de espírito”, é a bandeira que gera alegria e júbilo.

O que significa então seguirmos a bandeira de Jesus? Significa deixar-nos levar pelo dinamismo do Espírito que gera força, vida, júbilo, alegria, paz e verdadeira consolação. Significa seguir Jesus pobre e humilde de Nazaré, sob a força de seu Espírito.

Seguir Jesus e sua bandeira nos faz aproximar dos pobres, nos leva a solidarizar-nos com eles para erradicar sua pobreza. Sua bandeira nos apresenta uma série de valores que geram vida no mundo e em especial no mundo dos empobrecidos: solidariedade, partilha, respeito, reciprocidade, opção pelos pobres, gratuidade, comunhão, presença, confiança no Pai, busca da paz…

Meditar sobre nosso seguimento a Jesus, se realmente vivemos seguindo sua bandeira, dá-nos a oportunidade de rever nossa vida, nossas atitudes, nosso modo de agir, de amar, de servir. Jesus é o senhor que move nosso coração? O que nos tem impedido de seguir Jesus mais livremente? Que pesos, como atitudes, apegos, posses, idéias, posições, bens… tem impedido nossa caminhada?

Meus irmãos e irmãs, em breve viveremos mais uma quaresma, nos preparando para a grande festa da Páscoa, da vida, da ressurreição, da libertação. É tempo forte de conversão, que significa mudança de senhor. Vamos aproveitar esse tempo e pedir a graça de nos deixarmos conduzir por Jesus, de vivermos sob sua bandeira, de como Ele, encontrar e fazer a vontade de Deus em nossa vida. Vamos rezar mais, aprofundar nosso conhecimento interior, procurar a raiz de nossos pecados, do que nos afasta da bandeira de Jesus e dispor-nos de nós mesmos para vivermos livres, situando-nos diante de Deus e reconhecendo-O como Absoluto: Senhor de nossa vida, que move nosso coração.

PAZ

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Geralmente quando pensamos em paz, pensamos também em guerra. Paz significa somente ausência de guerra? Acho que não. Atualmente o conceito de paz é muito mais amplo e engloba também a busca da paz interior e busca da paz entre os homens e com a natureza. Portanto, podemos dizer que a construção da paz abrange três eixos: a paz interior, significando a capacidade de cuidar bem se si mesmo; a paz social, ou seja, a capacidade de cuidar bem dos outros e a paz ambiental, a capacidade de cuidar bem do ambiente em que vivemos.

Para nós cristãos, no entanto, a verdadeira paz é um dom de Deus que nos reconcilia com Ele. Paz é a própria natureza de Deus. Se Deus está reinando em uma pessoa, sua paz estará nela; se o reino de Deus está se espalhando em algum lugar por meio de nós, então estará ali, em manifestação, esse poder divino. O próprio Jesus é quem disse: “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9). Também em João 14,27, Ele próprio nos concede a paz: “Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo dá. Não fiquem perturbados, nem tenham medo”. Sentimos que a paz que o mundo nos oferece não é a mesma que recebemos de Deus. Ela excede todo nosso entendimento. Ela nos permite descansar no Senhor e, mesmo quando todos os nossos sentidos nos dizem para temer e desesperar, a paz de Deus em nós nos permite rir e alegrar em uma atitude de fé. Essa paz é um direito e um privilégio dos filhos da paz. Somos filhos do Deus da paz.

Como o papa Francisco nos disse, a paz e a alegria são o sinal da presença de Deus na Igreja. Por isso, devemos pedir a Deus esta graça e alimentar em nosso interior, no nosso coração, a presença de Deus que nos dá a paz. E assim, trabalhar para que se implante em nossas comunidades a cultura da paz, onde exista respeito, cuidado, presença, amor, solidariedade, perdão e tolerância.

Também nas palavras do nosso papa, quando o homem pensa só em si mesmo, nos seus próprios interesses e se coloca no centro, quando se deixa fascinar pelos ídolos do domínio e do poder, quando se coloca no lugar de Deus, então deteriora todas as relações, arruína tudo; e abre a porta à violência, à indiferença, ao conflito. E ele nos questiona: é possível percorrer o caminho da paz? Podemos aprender de novo a caminhar e percorrer o caminho da paz? Reflita sobre estas questões, pense em suas relações com você mesmo, com Deus e com seus irmãos e irmãs e dê sua resposta a Deus. Siga o conselho do Papa Francisco e olhe para a Cruz. “Na cruz podemos ver a resposta de Deus: ali à violência não ser respondeu com violência, à morte não se respondeu com a linguagem da morte. No silêncio da Cruz se cala o fragor o fragor das armas e fala a linguagem da reconciliação, do perdão, do diálogo, da paz”.

Meus irmãos e irmãs tenhamos todos a coragem de fazer acontecer a paz, fundamentada na fraternidade, na solidariedade, no amor ao próximo, a partir do amor que nos é dado por Deus, gratuitamente.

Como viver a Páscoa

Chegou a Grande Festa! Após tantos preparativos, vamos vivenciá-la. É a Páscoa do Nosso Senhor! É nossa Páscoa também. Vamos celebrar a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo que, por sua Páscoa, fez-nos passar do pecado para a graça da vida plena. Assim como Jesus realizou a travessia da morte para a vida, somos também chamados, todos os dias, a realizar novas passagens – atravessar a escuridão da morte de cada dia para a beleza de uma vida iluminada pela luz, que, para nós, é o próprio Jesus.

O tempo pascal nos remete para os desafios da vida; quando somos chamados a remover as pedras que foram soterrando a vida dentro de nós e romper os muros que cercam nosso coração. Somos chamados, também, a revisar nossa vida, mudar nossa mente, rever nossos paradigmas, removendo tudo o que impede a entrada da luz da ressurreição. Vamos viver sempre a Páscoa, meus irmãos. Vamos viver bem nossa vida, nosso dia a dia, nosso cotidiano. Não precisamos de nada extraordinário, mas do simples, do ordinário. Vamos viver como ressuscitados, experimentando mudanças, por menores que sejam, mas contínuas em nossas vidas. Vamos mudar nosso olhar, nossa forma de ver o mundo, as pessoas, a criação de Deus. Vamos mudar o nosso coração, amar mais a vida, nos afastarmos de tudo o que é ou gera morte e resistir às hostilidade do mundo presente. Vamos deixar nossa vida ser despertada e iluminada em plenitude. Vida plena prometida por Jesus: “Eu vim para que tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10). Vamos sair do túmulo e viver com Jesus.

Que possamos, na Páscoa, deixar que a esperança seja o chão onde se enraízam nossos sonhos por um mundo mais humanizado e que o Cristo Ressuscitado nos dê forças para construirmos um mundo novo, de paz, humildade, serviço e justiça.

Como viver bem a Quaresma

Em breve, vamos vivenciar mais um tempo litúrgico da Quaresma, que se inicia na Quarta-feira de Cinzas e termina no Domingo de Ramos. É o tempo que teremos para nos preparar para a grande festa da Páscoa. E como é bom preparar uma festa! E melhor e mais significativa ainda é a festa do Cristo Ressuscitado!

Quaresma é um tempo forte de conversão, que significa mudança de senhor. Quaresma é tempo de troca de comando, de consultar nosso interior e verificar qual é o “senhor” que move o nosso coração. É um tempo forte de oração, jejum e esmola, que são um resumo da vida cristã e condensam o sentido da vida. A oração é passar do vazio de si à plenitude de Deus. O jejum é a capacidade de ordenar a vida para servir e louvar a Deus, de darmos maior liberdade a Deus para agir em nós e expressão de solidariedade e comunhão com os outros, é partilha. E a esmola significa atitude de doação gratuita, de serviço ao próximo com generosidade e desprendimento.

E cada um de nós precisa encontrar a maneira de viver, da melhor forma possível, esse tempo de graça, um verdadeiro Kairós, tempo de manifestação de Deus. Vamos nos preparar para vivê-lo bem. Não vamos perder a oportunidade de nos transformarmos e sairmos dela sendo melhores. Seguem algumas dicas para quem deseja aproveitar esse tempo e não sabe por onde começar: Busque o silêncio interior. Cultive mais o silêncio. É no silêncio que o Senhor nos fala. Tire um tempo diário para ficar em silêncio e escutar Deus. Participe do grupo de reflexão e das programações da Paróquia e de sua comunidade. Proponha-se a fazer obras de misericórdia como visitar doentes, asilo, uma família carente. Reconstrua pontes de reconciliação, perdoe, peça perdão. Prepare-se para uma boa confissão, com tranquilidade.

Que, nesta Quaresma, possamos revisar nossa vida, mudar nossas atitudes e assumir a busca da humanidade inteira por libertação, justiça, dignidade, reconciliação e paz.

O Dízimo faz parte da lei do amor

Louvado seja o Nosso Senhor Jesus Cristo!

Neste mês de novembro, gostaria de propor que pensemos sobre ele a partir do título acima: o dízimo faz parte da lei do amor. O amor de Deus sustenta e direciona toda nossa vida. A partir do reconhecimento e da experiência desse amor que é grandioso, misericordioso e generoso é que compreendemos o perdão, a solidariedade, a gratidão, a doação e o serviço. Tudo o que somos e temos é dom, é graça de Deus. Precisamos, portanto, manifestar de forma objetiva nossa gratidão a Ele, por meio de nosso amor, de nossas atitudes condizentes com o ser cristão.

Dízimo é, portanto, a devolução que fazemos ao nosso Senhor por tudo que ele nos dá. É a concretização de nossa gratidão. O dízimo nos leva a abrir os horizontes da nossa mente, a abrir o nosso coração e as nossas mãos. Ser dizimista é converter-se, deixando de lado o nosso egoísmo, é renunicar a si mesmo e conseguir enxergar as necessidades de nossa igreja, de nossos irmãos carentes.

Meus irmãos e irmãs, dízimo é sinal de compromisso, de fidelidade com Deus, com a igreja e com os pobres. Nossa igreja, instituída por Jesus Cristo, precisa evangelizar, catequisar, servir e santificar. E para que possa desempenhar sua missão evangelizadora no mundo, ela necessita de recursos materiais, que devem ser providos por nós, seus filhos amados que formamos a igreja viva de Cristo aqui na terra.

Pensemos nisto, sejamos generosos como Deus o é para com todos. Vamos dar provas concretas de nosso amor por Ele e por nossos irmãos. Que cada um de nós “glorifique o Senhor com generosidade, e não seja mesquinho nos primeiros frutos que você oferece. Quando oferecer alguma coisa, esteja de rosto alegre, e consagre o dízimo com boa vontade. Ofereça ao Altíssimo conforme o dom que ele fez a você; dê com generosidade, segundo suas possibilidades. Porque o Senhor retribui a oferta e ele, em troca, lhe dará sete vezes mais.” (Eclesiástico 35, 10-13).

Vamos viver todos nós a lei do amor! Com gratidão! Com generosidade! Em tudo amando e servindo ao nosso Deus, que é amor!

Tempo do Advento

Meus irmãos e minhas irmãs, a partir do próximo domingo, 28 de novembro, vamos iniciar um novo Ano Litúrgico na Igreja, celebrando o I Domingo do Advento.

Advento significa “que está por vir”, “presença”, “chegada”, “vinda”. O tempo do Advento é um momento muito forte para nós, pois durante quatro semanas vamos nos preparar para celebrar o nascimento de Jesus.

Mas será que o Tempo do Advento significa simplesmente este tempo de preparação para a festa do Natal? Mais do que isto, o Advento é baseado na espera da vinda do Reino e cabe a cada um de nós acender e renovar este desejo e este ânimo. O Advento e a celebração do Natal são grandes momentos de retomada da nossa adesão a Jesus Cristo. Essa retomada consiste na vontade nossa de nos deixar evangelizar por Jesus Cristo e engajar-nos, em seu nome, na evangelização dos que se afastaram dele, ou se tornaram indiferentes, ou ainda o desconhecem.

Advento é, também, tempo de espera, de esperança, porque Cristo é nossa esperança. Esperança de renovação de todas as coisas, na libertação das nossas misérias, pecados e fraquezas. Esperança que nos fortalece diante das dificuldades e tribulações da vida.

Advento é tempo de conversão. Vamos preparar o caminho do Senhor nas nossas próprias vidas, lutando contra o pecado, por meio de uma maior disposição para a oração e mergulho na Palavra.

No Advento, precisamos nos questionar e aprofundar a vivência da pobreza, aquela que nos leva a confiar, a nos abandonar e depender inteiramente de Deus. Ele é nossa única riqueza, nossa única esperança aquele que nos conduz à verdadeira humildade, mansidão e posse do Reino.

Acho bem oportuno, pararmos um pouco, neste momento, para refletirmos sobre o verdadeiro significado do Advento e sobre a forma como temos vivido este Tempo, principalmente nos dias atuais, marcado por um excesso de consumismo e por um enorme individualismo.

Vamos nos perguntar: será que a preparação para o Natal do Senhor se resume no enfeite da casa, na árvore de natal, no presépio no canto da sala, nas listas de compras e na preocupação com a ceia? É isso que fazemos no Advento, “tempo de piedosa e alegre expectativa”? Advento é tempo propício de penitência, mas também de alegria e esperança na vivência do mistério da encarnação de Deus que veio para nos salvar.

O significado da palavra “advento” compreende também o de “visita”; neste caso, trata-se de uma visita divina: Ele entra em nossa vida e quer se dirigir a cada um de nós. Será que temos tempo para receber o Senhor? Será que sobra tempo para pararmos e, no silêncio, compreender a presença de Jesus em nossa vida? Temos tempo para parar um pouco e sentir os sinais do amor de Deus por nós?

Vamos permitir que a visita de Deus, no coração de cada um de nós, possa nos transformar. Só a partir da renovação de nossos corações é que poderão acontecer a tão desejada transformação do mundo, a superação da fome, a vitória da paz e a efetiva fraternidade entre os homens. Vamos ser, neste Natal, os protagonistas que acendem a luz de Cristo na noite do mundo, no qual vivemos. Vamos de encontro ao Menino Deus, luz do mundo, que vem a nós, dissipando toda escuridão, trazendo aos nossos corações a paz e o amor divino.