A alegria de servir a Pastoral da Comunicação

“Amar e Servir com alegria!” Esse é o sentimento que me marcou ao longo desses 15 anos como agente de Pastoral da Comunicação (PASCOM). Afinal, fui mais uma dentre todos aqueles que aceitam contribuir com seus dons nas diversas frentes evangelizadoras da Igreja católica. Essas pessoas procuram atender a determinadas situações em uma realidade pastoral específica, tendo como foco principal: difundir e compartilhar seus dons com o objetivo de auxiliarem na edificação da “Civilização do Amor” (Papa Paulo VI).

Quando fui convidado em 2008, em meio a tantos questionamentos e inseguranças, o “SIM” foi a resposta mais certa dada em toda minha vida! Mesmo sem saber quais seriam as atribuições e/ou cobranças, não hesitei em aceitar o convite feito pelo outrora e querido padre Wander Torres Costa (pároco entre 2007 e 2014) para assumir os trabalhos evangelizadores relacionados à comunicação social. Nesse percurso, encarei as mídias como lócus privilegiado para a veiculação da Palavra, de modo que vários conteúdos foram produzidos. Como membro desse corpo místico que constituí a Igreja Católica, expressão do Cristo Ressuscitado, assumi com alegria a pastoral da comunicação! Tentei corresponder às expectativas e demandas apresentadas pela comunidade eclesial. Foram muitos os desafios e percalços enfrentados ao longo do caminho, mas as conquistas preponderaram ao final de sucessivas lutas. Para mim, a maior motivação que fundamentou o trabalho pastoral foi tentar sempre servir com alegria aos leigos e leigas de nossa comunidade de fé.

Desse modo, finalizo essa etapa evangelizadora de serviço e doação sendo perpassado pela gratidão que provém do amor salvífico do Pai. Nesse itinerário na Pascom Parfátima estabeleci muitas amizades que, com toda certeza, serão eternas! Espero ter conseguido plantar algumas sementinhas no coração dos agentes da Pascom. Desejo ardentemente que elas germinem e sigam dando frutos! Peço a Nossa Senhora do Rosário de Fátima que interceda pelo trabalho evangelizador dos agentes da PASCOM. Que o Senhor lhes conceda discernimento e coragem para enfrentarem os desafios os quais despontarem pelo caminho. O Espírito os guiará, por mais que sejam difíceis e árduas as tarefas que lhes serão designadas.

O Papa Francisco, em sua primeira Exortação Apostólica, diz sobre a atuação das pastorais: “Agradeço o belo exemplo que me dão tantos cristãos que oferecem a sua vida e o seu tempo com alegria. Este testemunho faz-me muito bem e me apoia na minha aspiração pessoal de superar o egoísmo para uma dedicação maior” (Cf. Evangelii Gaudium, n° 76). Durante 15 anos procurei animar vocacionalmente, através da Palavra, a Pastoral da Comunicação. Gratidão a Deus por ter colocado tantas pessoas em minha vida, que agiram como anjos e mostraram os caminhos a serem percorridos. Esse período foi muito importante para mim, afinal amadurei pessoalmente e espiritualmente, sinto que foi fortalecida ainda mais a minha fé em Jesus Cristo. Seguirei, enquanto discípulo-missionário, percorrendo os caminhos que o Mestre preparou para mim. Ele tem um projeto de vida para cada um de nós, basta que creiamos em seu amor redentor. Que possamos estar prontos para acolhermos os desígnios de Deus em nossas vidas!

Mateus 7, 12 – Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Esta é a lei e os profetas. Gratidão a Deus por tudo!

Ailton Adriano

Fé e Caridade: construindo o Reino de Deus!

Na Grécia antiga, político é o cidadão grego e pólis é a cidade grega em tradução simples. Portanto o político é o habitante da cidade, aquele que mora e vive na cidade, e ali mantém todas suas relações sociais de trabalho, família, convivência e opina sobre todos os rumos daquele lugar. Seria o cidadão tão falado dos dias atuais. Embora a palavra tenha sofrido um desgaste ao longo do tempo, político traduz simplesmente cada um de nós e nossas relações em sociedade. Vou repetir: Político somos todos nós. Pela complexidade de nossas relações sociais, na sociedade moderna temos que escolher alguém para nos representar visto que a construção social ao longo do tempo foi a democracia representativa e não a participativa como no local da origem da palavra.

Então, se escolhemos nossos representantes, não pode nos fugir a responsabilidade de que aquela pessoa, a quem vou dar poder de decisão sobre nossa vida e a vida de muitos tem um dedo de nossa responsabilidade, nos tornando corresponsáveis por todas as suas decisões. Por isso esta escolha se torna algo tão responsável e as vezes tão difícil.

O Brasil tem construído ao longo de muitos anos, e a duras penas a possibilidade de fazermos as melhores escolhas e nós enquanto cristãos somos chamados a nos comprometer evangelicamente com isso. Aliás a Igreja do Brasil, tem sido protagonista em nos orientar, via cartilhas, cartas, pronunciamentos, incentivos a leis como a da Ficha Limpa – e embora muitas vezes incompreendida – é uma voz a nos guiar, na possibilidade de construção de um pais mais justo na economia, na sociedade, nas relações plurais, na ecologia integral, na defesa da vida.

Apesar de todos os esforços, temos visto na atualidade uma radicalização da política que, se por um lado nos apresenta o que somos enquanto sociedade, nos adverte enquanto seguidores de Cristo, da necessidade de sermos protagonistas da paz, defensores das ideias plurais, responsáveis por não propagarmos mais ódio e desinformação pela via digital, interpela ao não compartilhamento de opiniões que nos satisfazem na rede, mas que não sabemos se são verdadeiras ou não, nos compromete com a defesa da democracia, com a defesa do estado democrático de direito, das instituições constitucionais e nos faz defensores da vida e da dignidade humana.

Somos então convidados a não nos omitirmos, a nos respeitar uns aos outros, a dissipar toda rixa, a entender que nosso papel social é sério, a entender que somos sim políticos, pois responsáveis pelo país que construímos, pois tudo isto passa pelas nossas escolhas. Pensar nisto, refletir, avaliar, escolher, discernir, faz parte de nossa obrigação cidadã, ou política.

Estamos a alguns dias da eleição, não nos é permitido nesta altura, nos omitir, as candidaturas estão colocadas, o chamado está feito, tenhamos serenidade, busquemos o respeito entre nós, não nos é permitido jogar a culpa no outro. O convite é para a reflexão para olhar em nós mesmos e saber se estamos movidos pelo ódio, rancor, raiva, ou se estamos nos esforçando para fazermos as melhores escolhas.

Vamos então com racionalidade, fé e caridade, construirmos o reino de Deus. É o que Ele espera de nós. Que a virgem Aparecida e de Fátima nos abençoes e peça a Deus por nós.

Marcos Nunes
Coordenador da Dimensão Sócio-Política
Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima – Viçosa/MG

VOCAÇÃO: DOM, META E MISSÃO

Quando pensamos em vocação não temos dificuldade em associar esta palavra com alguma lembrança ou acontecimento. Facilmente, nos vem à memória a imagem dos sacerdotes e das religiosas que ofertam suas vidas em resposta a um chamado de Deus ou de alguém que procurou um teste vocacional para verificar qual a profissão mais adequada para sua área de interesses. No entanto, vocação não se refere apenas àquelas pessoas que se dedicam a uma forma especial de consagração ou às predisposições que nos orientam numa determinada atividade profissional. A compreensão de vocação transcende quaisquer exclusividades e especificidades, referindo-se à completude da realidade humana, como já dizia São Paulo VI: “nos desígnios de Deus, cada homem é chamado a desenvolver-se, porque a vida de todo homem é vocação” (Populorum Progressio, 15).

De fato, falar sobre vocação não é tratar de um assunto alheio e distante de nossa condição humana. Sendo entendida como um chamamento, como sugere o verbo latino vocare (chamar) que está na sua etimologia, podemos dizer que a vocação é um chamado que perpassa a vida de cada homem. Aliás, a própria vida humana, como um chamado à existência, já é o primeiro sinal de uma vocação que nos é comunicada. Não é demasiado lembrar que cada um de nós nasceu de um chamado à vida que teve sua origem na fecundidade do amor entre um homem e uma mulher. Esta primeira vocação, que se concretiza a partir do amor esponsal, reverbera a sacralidade da vida humana que é um dom supremo de Deus, seu único autor. Assim, ela é resposta a um chamado e por isso deve ser “respeitada e protegida de maneira absoluta” (CIC 2270).

Nesse sentido, em primeiro momento, a vocação pode ser caracterizada como dom, pois, cada pessoa humana é, em si mesma, resposta a uma vocação de Deus que lhe chamou, gratuitamente, a existir segundo sua imagem e semelhança. E, nesta esteira, podemos compreender que há na vocação também uma dimensão normativa. Ora, se nos é dado viver segundo a vontade amorosa do nosso Deus, somos chamados a corresponder ao seu amor. O mesmo Deus que nos concede o dom da vida nos convida a significar esta vida no amor, nos convida a conduzi-la o mais próximo possível da vida divina, como nos indica o próprio Jesus: “deveis ser perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). O chamado à santidade é, portanto, uma vocação à comunhão com Deus, que se apresenta como uma norma de vida para o homem de fé. Viver na santidade corresponde à vocação universal a que todos, sem distinção, somos chamados a responder. É nossa meta em direção ao seguimento do Mestre Jesus.

Com efeito, da resposta a esta vocação à santidade concretiza-se a proposta da vida plena que Jesus veio nos apresentar nos Evangelhos, “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). São nas circunstâncias mais simples do cotidiano, na realidade em que estamos inseridos, que atingiremos a meta do apelo à santidade, como aponta o Papa Francisco: “todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra” (Gaudete et Exsultate, 14). Sem sombra de dúvidas, o caminho de santidade que somos chamados a trilhar no seguimento ao Senhor nos impele à doação e nos proporciona uma resposta generosa a Ele. O empenho em orientar nossa vida a exemplo do viver de Cristo faz sobressair, com maior ênfase, que a vocação se realiza na escuta da Vontade de Deus e no serviço ao outro.

Sim, somos vocacionados a configurar nossa vida ao exemplo deixado pelo Senhor e, assim fazendo, somos igualmente vocacionados à missão de testemunhar o bom perfume de Cristo. A vocação que nos é comunicada não se esgota na vivência da santidade, uma vez que esta não se efetiva de forma solitária ou isolada. Ao contrário, a vocação é uma fonte transbordante que deságua sempre na missão, onde cada um torna-se discípulo-missionário para comunicar aos outros que “conhecer a Jesus foi o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria” (Documento de Aparecida, 29). A vocação é, por excelência, um chamado à missão que cada homem e mulher, em seu estado de vida, pode partilhar a sua experiência de fé e conduz-se à realização.

Essa tríade de sentidos para vocação, entendida no dom da vida, na meta da santidade e na missão do testemunho, nos faz compreender que a vocação está intimamente ligada à integralidade da pessoa humana. Ser vocacionado significa ser chamado a tornar-se aquilo que Deus sonhou, significa fazer com que nossa vida seja uma vida vivida segundo os desígnios de Deus, e significa um transbordar incontrolável que nos impulsiona ao encontro do outro. Fazendo coro às palavras do Papa Francisco, reforçamos que “a vocação nos orienta para oferecer o melhor de nós para a glória de Deus e para o bem dos outros” (Christus Vivit, 257). Se a vocação é um projeto de amor que orienta nosso viver e nos permite encontrar um caminho da felicidade já aqui nesta terra, vivamos nossa vocação com intensidade e alegria, sejamos generosos em nossa resposta ao chamado que o Senhor nos faz e, sobretudo, celebremos este grande dom que nos é dado. Vocação é dom de Deus, é meta de vida, é missão de todos nós.

Bruno Diego Garcia
Seminarista da Arquidiocese de Mariana

Ressurreição de Cristo: a verdadeira partilha

A Quaresma é um tempo favorável de renovação pessoal e comunitária e que nos conduz à Páscoa de Jesus Cristo morto e ressuscitado, assim nos recorda o Papa Francisco, em sua mensagem para o Tempo Quaresmal deste ano. O Santo Padre retoma o texto da exortação de São Paulo aos Gálatas: “Não nos cansemos de fazer o bem; porque, a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido.” (Gal 6, 9-10).

Esse tempo propício é também a nossa vida, nossa inteira existência terrena, muitas vezes tomada pela ganância e pela soberba, pelo anseio de possuir e acumular. Nessas ocasiões, precisamos recordar o sentido profundo da conversão e da mudança de mentalidade, acreditando que há sempre mais valor em partilhar do que guardar para si.

A Ressurreição de Jesus Cristo também nos convida a uma verdadeira partilha. A partilha da esperança, da vida nova, do amor aos irmãos e irmãs, sobretudo, aos que mais têm sofrido as consequências e mazelas de um mundo ferido pelo pecado da corrupção, da injustiça, do desejo de poder e da guerra.

Já em 1963, em sua Carta Encíclica Pacem in Terris, o Papa João XXIII escreveu sobre o profundo anseio de toda a humanidade: a consolidação da paz na terra. Mas que tipo de paz nós queremos? “É aquela fundada na verdade, construída segundo a justiça, alimentada e consumada na caridade, realizada sob os auspícios da liberdade”. Essa é a paz que vem do Cristo Ressuscitado! É o verdadeiro desejo do coração humano. É o que realmente nos dá a certeza de que, de fato, Ele ressuscitou e vive entre nós.

Por isso, não nos cansemos de fazer o bem, com os olhos fixos em Jesus! A ressurreição de Cristo anima nossas esperanças e nos conduz ao germe da salvação: somos filhos(as) muito amados(as) do Senhor. Por isso, neste Tempo Pascal, como nos pede o Papa Francisco, não nos cansemos de rezar e de extirpar o mal da nossa vida, recordando a cada dia a esperança que nos salva e nos liberta para uma vida nova. Que Maria Santíssima nos proteja e que o Espírito Santo, dom de Deus, nos revigore em cada momento! Aleluia!

Geovane Macedo da Costa

Catequista (Comunidade Fátima)

DOM LAURO SÉRGIO VERSIANI BARBOSA: um servo de Deus

Basta-nos abrir as Sagradas Escrituras, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, e lermos seus capítulos e versículos que falam sobre o ‘serviço’, para relacionarmos a palavra ‘servo’ às pessoas humildes [1], isto é, àquelas que, independentemente de privilégios e/ou prestígios, não se colocam acima das demais por saberem que, em natureza humana, somos todos iguais. Daí, direcionam a vontade de Deus a quem for; servem de Deus os seus, e só isto lhes importa. O mais claro exemplo é Maria: a “Mãe do Senhor” (Lc 1,43) que visita Isabel (cf. Lc 1,26-56).

Humildade e serviço são, portanto, para a linguagem da fé cristã: palavras que se completam; realidades que aproximam pessoas; dons muitas vezes – ou quase sempre, ou até sempre – sinônimos; disposições humanas queridas por Deus a todo momento. E, ao que pretendo neste curto texto, características inquestionáveis do Mons. Lauro: um homem academicamente competentíssimo – respeitado, também por isso, em todo o Brasil – e, ao mesmo tempo, de uma humildade singular. Alguém que sabe fazer Deus chegar, com palavras e gestos (desde, por exemplo, aulas e palestras até à mesa do almoço), tanto aos intelectuais quanto aos simples, tanto ao rico quanto ao pobre. Pessoa que não tem medo de argumentar o Evangelho em defesa dos interesses da justiça. Pastor que reza TODOS OS DIAS pelo seu povo; que faz as obras do Senhor porque confia no Senhor das obras…

Sobretudo os oito meses de nossa convivência mais próxima – em 2016, quando fui Diácono na Paróquia de Fátima, em Viçosa – respaldam-me a registrar estas afirmações. E também a alegrar ainda mais o coração dos diocesanos(as) de Colatina acerca de quem lhes será Dom Lauro Sérgio Versiani Barbosa: um servo de Deus.

1 Humilde: do latim, húmus = terra. Resumidamente, o humilde, na linguagem bíblica, é aquele capaz de reconhecer que todos viemos do mesmo pó – o pó da terra – e ao pó retornaremos (Ecl 3,20).

PE. RODRIGO ARTUR MEDEIROS DA SILVA

Advento, tempo de espera vigilante da vinda do Senhor

O tempo do Advento sugere preparação, um refazer o caminho, conversão. Essa mudança de vida deve acontecer com carinho, leveza, atenção, oração, solicitude, com atitudes equilibradas e justas e de tudo que possa compor o homem novo.

O Papa Francisco nos diz que “o Advento nos indica o essencial da vida, encontrar Cristo nos irmãos”. É este o convite dirigido a cada um, refazer o caminho pessoal, como também o comunitário, a termos o olhar atento, vigilante, alargado para a dura realidade que nos circunda. Um tempo de compromisso ativo e efetivo para com os irmãos descartados, sofridos e injustiçados.

Somos todos peregrinos, mas a estrada não é igual para todos. Em uma de suas reflexões o Padre Adroaldo Palaoro, diz: “vivemos uma caminhada que começa dentro de nós mesmos, nas estradas e trilhas do nosso eu profundo. Mas, ao mesmo tempo, é um caminho solidário: no caminho de cada pessoa estão presentes milhões e milhões de experiências de caminhos vividos e percorridos por incontáveis gerações. A missão de cada um é prolongar este caminho e vivê-lo tão intensamente que aprofunde o caminho recebido, endireite o caminho retorcido e ofereça aos futuros caminhantes um caminho enriquecido com suas pisadas”.

Como é gratificante a oportunidade que o Senhor nos concede de retomar o caminho e testemunhar com a vida o seu amor. Percorrer essa trajetória com acolhida, solidariedade, abertura, alegria e assim clamarmos: “Senhor, mostra-nos o Teu caminho”

O que está em evidência neste tempo do Advento e do Natal é o Mistério da Encarnação. Um Deus que se despoja do seu Ser Divino para apossar do nosso Humano. Esse Deus deseja ardentemente fazer da nossa vida uma Belém, do nosso coração uma gruta acolhedora e da nossa alma um presépio para que Ele possa renascer.

Que a sede da presença do Deus Menino e de servi-Lo esteja cada vez mais intensa e presente em nossos corações, em nossa comunidade paroquial e assim clamarmos: Vem Senhor Jesus! E cheios desse amor poder desejar um Santo e abençoado Natal e Ano Novo a todos (as) irmãos (ãs).

Eloisa Abranches

A IMPORTÂNCIA DO MISSIONÁRIO

Ai de mim se eu não anunciar o evangelho!” (I Cor 9, 16). São Paulo traz-nos seu exemplo de missionário, para iluminar nossa revisão de vida e missão. Lembra-nos que o anúncio da boa nova de Cristo não nos traz glórias, nem posição privilegiada na sociedade. É, antes, uma exigência própria da nossa condição de batizados.

Somos convocados pela Igreja, neste mês de outubro, a revermos a nossa vocação missionária. O Papa Francisco, com sabedoria, propõe-nos o tema Jesus Cristo é missãoe o lema, Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos(At 4, 20). Quer provocar toda a Igreja a reacender a chama do entusiasmo do encontro com Jesus e sua Boa Nova, sua vida, morte e ressurreição, suas lições de amor fraterno, serviço e partilha, que vêm cativando os pequeninos, pobres, pecadores de todos os tempos. E o livro dos Atos dos Apóstolos é uma cartilha ideal para nossa leitura orante, onde vamos conferir com os primeiros cristãos, o quanto o Espírito Santo de Cristo age no coração, na vida de quem o acolhe e na propagação do Reino até os confins da terra, como ordenara o Senhor. Apóstolos, discípulos e discípulas, a partir da experiência do encontro com Jesus, entregaram-se à missão apaixonada de levar a todos sua Boa Nova: Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos. …mesmo à custa da própria vida, do martírio.

Na mensagem para o Dia Mundial das Missões, Papa Francisco escreveu:

O tema do Dia Mundial das Missões deste ano – ‘não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos’ (At 4, 20) – é um convite dirigido a cada um de nós para cuidar e dar a conhecer aquilo que tem no coração.

Possuímos o testemunho vivo de tudo isto nos Atos dos Apóstolos, livro que os discípulos missionários sempre têm à mão. É o livro que mostra como o perfume do Evangelho se difundiu à passagem deles, suscitando aquela alegria que só o Espírito nos pode dar. (Francisco, 06/01/2021)

Eis a importância do Missionário, em nossos dias e sempre: ser presença profética, que anuncia e testemunha o Cristo, pois Jesus Cristo é missão. De que adianta uma religião de devoções, fechada entre as paredes do templo ou das casas, se o mundo grita por amor, respeito, dignidade, justiça e paz? Diz-nos Francisco: “Hoje, Jesus precisa de corações que sejam capazes de viver a vocação como uma verdadeira história de amor, que os faça sair para as periferias do mundo e tornar-se mensageiros e instrumentos de compaixão”.

Seja toda a nossa vida uma constante entrega à obra missionária que o Senhor nos confiou! Ousemos, como os primeiros cristãos, cultivar os mesmos sentimentos de Jesus, suas palavras e gestos do amor que não é geográfico, mas existencial, junto a todos, os mais próximos, mas também os irmãos nas periferias.

Senhora de Fátima, Mãe peregrina, missionária incansável, ensina-nos a ser mensageiros e instrumentos de compaixão!


Francis Paulina Lopes da Silva
Apostolado da Oração

“Sermos Mães presentes como Maria…”

Entre os personagens próximos de Jesus, poucos são como Maria. Dela não se diz muita coisa nos evangelhos, mas o que se diz é surpreendente. Mãe, testemunha, seguidora, servidora, presente… Uma mulher fiel a Deus e capaz de ver mais além do cotidiano e estabelecido; uma mulher capaz de ver diferente. Onde outros viam uma loucura, Maria viu um horizonte; onde muitos tinham visto uma transgressão, ela intuiu a promessa de Deus; onde tantos teriam estremecido diante da proposta de Deus e teriam exigido mais provas, mais seguranças ou mais garantias, Maria exclamou: “faça-se”. Onde a lei era a referência e a condenação, ela foi capaz de cantar a grandeza do Deus que está com os mais simples e quebra as estruturas estabelecidas; onde tudo era convencional, Maria, com uma acolhida feita de valentia, confiança e entrega, foi capaz de colaborar com Deus de modo radical; onde todos viam o desenlace frustrante e triste de uma festa de casamento, ela “viu e antecipou a hora de seu Filho” … Porque estava sempre presente.

Somos mulheres, somos privilegiadas por gerar vidas, amamentar e ensinar os nossos filhos a darem osseus primeiros passos. A missão de uma mãe é muito valiosa! Amar aos filhos é o sentimento mais puro e real que o ser humano pode nutrir! Essa ligação de mãe e filho é profunda,sincera e absoluta. Na hora do grito e da dornós clamamospor nossas mães. É para as mães que os filhos geralmente dão o primeiro sorriso, expressando assim uma profunda união afetiva. Os ensinamentos das mães para os filhos acontecem durante toda a vida! Os filhos são sempre crianças que procuram o colo e a mãe acalma, escuta e aconselha…

No íntimo de todas as mães têm um só coração: o do filho!Assim, filhos e mães se dialogam por estarem unidos profundamente por laços afetivos, por existir o amor, centro de tudo, e, quem nos ensinou primeiro a amar foi o próprio Jesus. Ele foi o Filho encarnado da Virgem Maria. Ela exemplo de Mãe e de Esposa. Estamos no mês de Maria, a Ela rogamos por nossos filhos, pois aprendemos com nossas mães a devotarmo-nos e pedir a intercessão de Nossa senhora através da oração do terço. Desse modo, ensinamos os nossos filhos também a rezar o Santo Rosário, isso é amor incondicional!Afinal, ensinar os filhos a rezar e a trilhar os caminhos do Cristo deveser o papel de todas as mães! A missão que todas as mães não podem deixar de cumprir é a educação na fé de seus filhos. Cristo deve ser o centro, é para Ele e por Ele que criamos e educamos os nossos filhos.

Peçamos a Mãe de Fátima para que nos inspire a sermos as verdadeiras mães que nossos filhos precisam para solidificarem suas direções. Sejamos intercessoras dos nossos filhos em todos os momentos de suas vidas, pois assim também eles serão dos seus filhos e irmãos. A busca, o ensinar para “Ser” é muito mais gratificante do que o ensinar para o “Ter”. Os objetivos de nossas vidas são trilhados quando caminhamos de mãos dadas com Maria, Consoladora dos aflitos e protetora de todos nós. Ela ensinou e educou Jesus, por isso colheu os frutos.

Nesse mês de Maria, em que celebramos o Jubileu de Nossa Senhora de Fátima, seremos privilegiados por saborear o amor e contemplar as figuras de nossas mães. E, se elas já tiverem partido para junto do Pai, teremos a oportunidade de fazermos memória afetiva da presença delas em nossas vidas, pois tudo que a memória amou é eterno. Porque fomos e somos amados, cada vez mais devemos sentir o apelo para amar e servir a todos!

Nesse sentido, agradeçamos a Mãe de Fátima por ter concebido em nossos ventres maternais osnossos filhos! Que Ela nos ensine cada vez mais a sermos perseverantes na escuta da Palavra do seu filho Jesus Cristo para, assim, ajudarmos os nossos filhos a construir um futuro promissor de amor. O amor,a gratuidade, o companheirismo são primordiais para a solidificação do amor maternal.Porque estava presente a Deus, Maria fez-se presente nos momentos decisivos de seu Filho, bem como fez-se presente na vida das pessoas. Uma presença que faz a diferença: presença solidária, marcada pela atenção, prontidão e sensibilidade, próprias de uma mãe. A presença silenciosa, original e mobilizadora de Maria desvela e ativa também em nós uma presença inspiradora, ou seja, descentrar-nos para estar sintonizados com a realidade e suas carências. Que a atitude de Maria nos mobilize para encontrar outras vidas, outras histórias, outras situações; escutar relatos que trazem luz para nossa própria vida; ver a partir de um horizonte mais amplo, que ajuda a relativizar nossas pretensões absolutas e a compreender um pouco mais o valor daquilo que acontece ao nosso redor.

 

Helena Martins

Coordenadora Paroquial da Dimensão Catequética

 

 

CLAM  E O PACTO PELA VIDA E PELO BRASIL

Há exatamente um ano, no dia Mundial da Saúde, foi lançado pela CNBB , com apoio de várias instituições, dentre elas o CNLB, o Pacto pela Vida e pelo Brasil como resposta aos inúmeros desafios enfrentados pela pandemia do Covid-19 e suas consequências.

Vivemos uma crise econômica, sanitária, política e ética e cruzar os braços diante deste cenário é no mínimo uma omissão. Quantos irmãos e irmãs precisam morrer? Não são números frios, são nomes, rostos de pessoas que não tiveram sequer um enterro digno…

Estamos na oitava da páscoa e o período pascal nos desafia a não olharmos para dentro do túmulo em busca do corpo de Jesus e dos mais de 300 mil mortos pela pandemia, mas a buscá-los entre os que vivem e querem viver e anunciar a VIDA em sua plenitude!

Com este pensamento o Clam(Conselho do Laicato da Arquidiocese de Mariana) reuniu 62 lideranças(Cristãos leigos, religiosos e padres) para efetivar a organização dos mobilizadores e articuladores do Pacto pela Vida e pelo Brasil. Na reunião, após a acolhida calorosa dos participantes, feita pela Silene, coordenadora da Dimensão Sociopolítica, Leleco fez uma breve e belíssima análise de conjuntura para situar o Pacto pela Vida e pelo Brasil  no atual contexto.  Jairo e Leonardo fizeram a apresentação do Pacto pela Vida e pelo Brasil em suas diversas etapas . Esclarecidas as dúvidas, por Sonia e Leci, cada um e cada uma motivados  e impactados pela necessidade de derrotar este projeto de morte, comprometeram-se a buscar novos articuladores .  Que Nossa Senhora da Alegria, protetora do Laicato, ajude-nos a espalhar este grito em defesa da vida e a lutar contra esta estrutura de morte que teima em desafiar-nos.


Sônia Barbosa

Tempo quaresmal: tempo de graças!

João Ciro Santana e Paula Batalha Santana
(Coordenação Pastoral Familiar – fev/2021)


Quaresma, tempo da Igreja que nos ajuda a aperfeiçoar nossa face divina. Deus, que é Pai, criou-nos à sua imagem e semelhança; mas nós diminuímos a semelhança pela prática do pecado, nos afastando d’Ele. O tempo quaresmal é para nós graça divina; Deus, em seu infinito amor, está sempre querendo nos resgatar da nossa vida de pecado.

Neste ano, o tempo da quaresma se cruza com tempo da pandemia! A pandemia ceifou vidas de filhos de Deus; vidas que poderiam estar sendo salvas, se mantivéssemos nossa semelhança com Deus e nosso amor ao próximo. Nesta pandemia assistimos à banalização da vida, um dom de Deus, um tesouro. Quantas famílias enlutadas, sofrendo, por negligências, por desgovernos. Por falta de amor à vida, ao próximo! Há dirigentes que não cumprem a função para a qual foram eleitos. Há cidadãos que desprezam os protocolos de saúde em tempo de pandemia. Vivemos um tempo de dor, de mortes e de pecado!

Mas não é esse o plano de Deus para seus filhos. Deus nos quer vivos e felizes, deixemo-nos resgatar neste tempo quaresmal. O Evangelho de São Mateus (capítulo 6, versículos 1 a 6 e 16 a 18) nos ajuda a viver este bonito tempo quaresmal. Ele nos fala de três práticas cristãs: dar esmola, fazer orações e jejuar.

Dar esmola é uma atitude de amor ao próximo, de compaixão e nos torna menos egoístas, menos avarentos. Nesta prática aprendemos a amar ao próximo; o que falta a alguém pode estar sobrando na nossa casa. A esmola, no entanto, não se restringe a doar o que nos sobra ou o que não nos faz falta; muito menos, o que queremos descartar de qualquer forma… a esmola cristã é a justiça que se faz doando com amor o que falta ao outro. Na pandemia, quantas pessoas sofrem e esperam por justiça social; uma boa prática seria fortalecer movimentos sociais nas suas reivindicações: direito à alimentação, à moradia, ao saneamento básico, à vacina… Os governantes, os líderes políticos e empresariais, por si mesmos, dificilmente, atenderão às necessidades e direitos dos mais necessitados. Promover a justiça social é dever de todo cristão.

A oração, por sua vez, nos coloca em diálogo com Deus. A oração é um poder que Deus nos concede, podemos falar com Ele, o amigo celestial que nos ouve. A oração é uma força que nos une sempre mais ao Pai Criador, ela nos afasta do pecado. Quem reza diariamente não se deixa atrair pela perversão do pecado. Em tempo de pandemia, rezemos pelos governantes e pelo povo que sofre no mundo inteiro. A oração nos fortalece, nos coloca em sintonia com Deus e com os irmãos. Se Jesus orava a Deus Pai, quanto mais nós pecadores devemos ter essa prática cristã: a oração é graça, é benção; ela tem poder e transforma!

O jejum é uma atitude contra a gula, nos ajuda a conter as vontades impensadas, rebeldes e egoístas. O jejum nos ajuda a pensar no irmão que passa fome, nos ajuda a repartir o pão. Repartir o pão nos iguala mais a Jesus que o fez na última ceia e, depois de ressuscitado, o repetiu quando reaparece a seus discípulos. Nesta cena bíblica, os discípulos reconhecem Jesus justamente quando Ele parte e reparte o pão. Alimentar a quem tem fome é atitude cristã, agrada a Deus que ama infinitamente seus filhos.

Fortaleçamos nossa semelhança com Deus Pai criador, neste bonito tempo quaresmal: cuidando dos que precisam do nosso cuidado; conversando com Deus por meio da oração; e jejuando para fortalecer nosso espírito fraternal.

Citando Pe. Zezinho: vamos “viver como Jesus viveu; amar como Jesus amou”!