Indo e vindo, trevas e luz,
tudo é graça, Deus nos conduz.
Queridos irmãos e irmãs,
Após estes dias de convivência, partilha, alegrias, caminhadas, festas, orações e tantas outras experiências vividas, gostaria de oferecer, como sementes para serem lançadas à terra, três palavras:
1 – A primeira é ACOLHIDA. Fomos agraciados com a liturgia da palavra deste 16º domingo do tempo comum. Se quiséssemos resumir em uma palavra os textos bíblicos que ouvimos, esta palavra seria acolhida. E nesta semana missionária foi justamente isso que fizemos, acolhemos e fomos acolhidos. Fizemos o que o próprio Deus faz. Acolhe e se deixa acolher. A vida é assim. Ora estamos no calor, no aconchego do lar, da família, seguros e confiantes. Mas ora estamos a caminho, como peregrinos do desconhecido, sem previsões, sem seguranças, sem a proximidade de nossa família. Assim é a vida. E nesse movimento entre lugares seguros e desconhecidos, amadurecemos, crescemos, tornamo-nos mais humanos e aprendemos a confiar mais em Deus. Na primeira leitura Abraão insiste com os três homens para ficar em sua casa. Ele insiste, pede, diz que quer acolhê-los. É bonito isso! Queridos jovens,sejam assim também. Acolham os outros jovens, principalmente os mais pobres e fragilizados. Acolham suas limitações, seus pecados, mas também seus dons e potencialidades. Sobretudo, acolham Jesus Cristo em suas vidas. Façam como Abraão. Insistam com Ele, convidem-no para ficar com vocês. Ele deseja, ele quer, ele ficará feliz. Fará festa com vocês. Dançará com vocês, conversará com vocês, viverá com vocês. Ele já está com a mochila dele pronta! Está esperando. Não o deixe de fora de seu coração!
2 – A segunda é ALEGRIA. Em um dos momentos desta semana, Romina (uma líder do grupo) e eu contemplávamos os jovens dançando e a alegria estampada em seus rostos. Como é bonito ver a juventude alegre! Como essa alegria nos contagia! E vocês, jovens, nos permitiram viver momentos de profunda alegria essa semana! Muito obrigado por isso. Lembre-se: um jovem triste é um triste jovem. A alegria verdadeira acontece no encontro com Jesus Cristo. Ele nos encontra! E como é bom saber que alguém pensa em nós e vem ao nosso encontro. É a alegria da fé. Tenho pensado muito nisso nesse ano da fé. Quantas alegrias em minha vida eu já tive por causa da fé! E agora, ao pensar nessas alegrias, acrescentarei mais essa: a semana missionária que vivemos. Posso dizer como Maria: a minha alma se alegra no Senhor, o meu espírito exulta em Deus meu Salvador! Jovens queridos: espalhem essa semente da alegria. Não deixem que a tristeza, o sofrimento, os problemas tirem a alegria de vocês. É bom viver a vida na alegria. Acredito que é por isso que São Paulo dizia: “Alegrai-vos sempre no Senhor!” Essa alegria que brota da vivência de nossa fé.
3 – Por fim, a terceira palavra é SERVIÇO. A vida é festa, é acolhida, é alegria, mas também é serviço. A vida não está completa enquanto não nos colocamos a serviço. E nesta semana o que não faltou foi pessoas dispostas a servir. Isso também é muito bonito. Quanta gente envolvida. Hoje pela manhã fiquei pensando um pouco nisso. Vieram tantos nomes em minha mente e em meu coração. Confesso que me emocionei ao recordar tantas pessoas generosas. Quero partilhar algo: ontem, quando estávamos saindo de Ouro Preto, um dos motoristas que nos levou me chamou reservadamente. Pensei comigo: alguma coisa aconteceu de errado! Mas não. Ele pediu para transmitir um recado aos jovens: Disse que foi muito bom, que ele ficou feliz com a viagem, que Deus abençoe todos e que os noruegueses possam voltar outras vezes. Ele também viveu a jornada mundial da juventude! É tão bom servir, colocar-se para ajudar. Isso nos tira da nossa preguiça, do nosso comodismo, do nosso individualismo. Meus caros jovens, sejam assim também! Servidores da vida e da esperança. Coloquem-se sempre à disposição sem esperar nada como retribuição. Assim, tudo que ganharem já estará bom. Quando servimos, vivemos nossa fé e damos testemunhos que somos verdadeiros discípulos e missionários de Jesus Cristo.
Finalmente, quero terminar esta homilia com um gesto, com um sinal para que todos nós nunca nos esqueçamos de que nossa vida passa por estas três palavras: Acolhida, Alegria e Serviço.