Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo

Mistério tão magnífico e profundo que nos leva a uma grande reflexão, constituindo assim, o acolhimento central e definitivo de nossa salvação. Pelo batismo participamos deste mistério, mas também pelo pecado somos destinados à morte, mas com a vitória de Jesus plena e definitiva somos todos libertos.

Por outro lado, devemos ter o cuidado e manter viva a esperança que nos aparece, muitas vezes, diante da experiência da dor. Jesus é este que experimentou a morte, e que tendo condição divina não a levou em consideração, pois a assumiu na condição humana, humilhando-se até a morte de cruz.

Paixão e morte constituem também, escândalo e loucura no dizer de Paulo (cf. Fl 2, 6-11). E assim o será, porque a mente humana não consegue aceitar um Deus crucificado. Mas, este é o mistério também de nossa fé, o qual nos inspira ao mistério pascal e professamos que Deus não nos deixa em poder da morte, mas nos dá a vitória da vida.

A ressurreição de Jesus é esta vitória plena e definitiva, como sendo algo que não compreendemos e nem explicamos bem, mas que consiste no amor que nos leva a esperança e da superação da trama do reino da morte, que ainda se faz tão presente no meio de nós.

Eis que estou convosco todos os dias até o fim dos tempos” (cf.Mt 28, 20).

Façamos a experiência com o ressuscitado, que nos dá alegria e esperança, e confirma em nós a certeza também de nossa ressurreição.

Tempo de Páscoa

sepulcro-vazio

Com o domingo da Páscoa iniciamos a oitava da páscoa (oito dias de festa solene) e também o tempo pascal (cinquenta dias). Tempo de celebrarmos a certeza da vida nova em Cristo Jesus Ressuscitado.

O tempo pascal é da primavera espiritual, são os cinquenta dias – da Páscoa a Pentecostes – e que se revestem de alegria profunda e verdadeira os nossos corações, cume e fundamento de todo o Ano Litúrgico.

Tempo Pascal, momento de recordar e oferecer a todos os fiéis, às comunidades cristãs e à Igreja inteira a grande oportunidade de tomar maior consciência e de melhor integrar, na existência do dia a dia, esta dimensão fundamental da fé: Ressurreição! Páscoa! Vitória! Três palavras que dizem muita coisa a todos os fiéis cristãos, mas também podem expressar lindos sentimentos às pessoas de boa vontade e, a partir deles, possivelmente levem a algumas atitudes positivas.

Unidos ao Senhor na difícil caminhada deste mundo, reacendemos a luz da fé e aquecemos o nosso coração com o carinho de Jesus Cristo, o Homem-Deus. Tal calor e luz que muitas vezes ameaçam apagar-se e esfriar-se, nós, no entanto, fortalecemos a esperança, aprofundamos a caridade, que é o selo da perfeição. Tempo de esperança alicerçada na Ressurreição do Senhor! Jamais desanimar! A vitória de Cristo já é, irrevogavelmente, a nossa Vitória! Vitória da graça sobre o pecado e a inauguração de um novo tempo, tempo de graça, de santidade, de vida, vida plena e vida eterna. Tempo de esperança e tempo de paz no Senhor Ressuscitado!

Neste Tempo de Páscoa todas as primeiras leituras são extraídas do Livro dos Atos dos Apóstolos, uma espécie de crônicas da Igreja Apostólica, e são um convite às nossas comunidades a escuta do Espírito, e que estas deem também testemunho vivo e sejam audaciosas em sua missionariedade. Neste Ano B, as segundas leituras são extraídas da Carta de São João, quando se retoma temas fundamentais de nossa vida eclesial. Estamos em comunhão com Deus pela fé e pelo amor. Já o Evangelho são todos do quarto Evangelista, exceto o terceiro domingo, que é retirado de São Lucas.

Cada domingo é um viver a Páscoa do Senhor! O segundo domingo é o da Misericórdia, que neste ano nos prepara para o grande Ano Santo da Misericórdia. Às vésperas deste domingo iremos ouvir a Bula de Convocação do Ano do Jubileu. Tempo de graça e paz! No terceiro, O reconhecemos na fração do pão, pois Ele está no meio de nós e nos convida a estar em caminho com nossos irmãos cansados e desanimados. Em seguida temos o Domingo do Bom Pastor, dia da Jornada Mundial de Orações pelas Vocações de Especial Consagração. No quinto, a caridade fraterna, amor que une todos os fiéis e se tornará sinal de reconhecimento do amor com que Cristo nos ama. No sexto domingo temos a promessa de Jesus: ‘eis que enviarei outro paráclito’, princípio da vida pascal da Igreja e de todo cristão. A liturgia já nos prepara para o final do tempo pascal e para celebrarmos as festas a caminho de Pentecostes. No sétimo temos a Ascensão, que é também o Dia Mundial das Comunicações sociais, neste ano com o tema de comunicar a família. Daí começa a semana de preparação de Pentecostes e vive-se a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. No último temos Pentecostes, que é a plenitude da Páscoa de Cristo por meio da Igreja, precedido de uma vigília.

Tempo este muito especial, em que entendemos que Páscoa não se explica, mas se crê e se vivencia este grande milagre que só a fé é capaz de assimilar: milagre da nova criação nesse Dies Domini. Eis um renascer de homens e mulheres novos, livres de todo tipo de escravidão, livres para amar de verdade e na Verdade. Por meio deste itinerário das leituras de cada domingo descobrimos e contemplamos a inesgotável riqueza do mistério central da fé cristã, para que aos poucos possamos mais perfeitamente vivê-los no nosso cotidiano.

Celebrar a Santa Missa neste tempo é reconhecer as manifestações de Jesus Ressurrecto, quando cada um de nós, discípulos missionários, somos enviados pelo Pai para sermos também manifestações vivas dentro do povo sacerdotal. Enfim, celebrando o dom da vida, elevemos a Deus, o autor e restaurador da vida plena, na nova vida eterna, graças pelo dom da nossa vida, para que, configurados pela ressurreição do Salvador, possamos ser testemunho desta luz brilhante que é o Senhor Ressuscitado! Amém. Aleluia!

Vivamos com intensidade o Tempo Pascal e façamos da nossa vida uma vida Eucarística, de permanente Aleluia!

Comunidade se prepara para celebrar a Festa do Sagrado Coração de Jesus

Entre os dias 11 a 20 de junho a comunidade do Paraíso festeja seu padroeiro. Participe!

A comunidade do Paraíso se prepara para celebrar a festa do seu padroeiro, Sagrado Coração de Jesus, no próximo dia 20 de junho. Entre os dias 11 a 19, acontecerá a novena, que contará com a presença das outras comunidades da paróquia. Durante estes dias, a imagem do Sagrado Coração de Jesus visitará as famílias da comunidade. Acompanhe a programação e participe!

PROGRAMAÇÃO

11/06 – Sexta-feira

“Darei às almas dedicadas ao meu Coração todas as graças necessárias ao seu estado”

19h: Adoração ao Santíssimo

19h30min: Celebração Eucarística

Participação especial da comunidade Nossa Sra. de Fátima (Fátima)

12/06 – Sábado

“Farei reinar a paz em suas famílias”

19h: Celebração da Palavra

Participação especial da comunidade Sagrada Família

13/06 – Domingo

“Serei seu refúgio seguro durante a vida e, sobretudo na hora da morte”

17h: Celebração da Palavra

Participação especial da comunidade São Bartolomeu (Palmital)

14/06 – Segunda-feira

“Derramarei copiosas bênçãos sobre todas as suas empresas”

19h: Celebração da Palavra

Participação especial da comunidade Bom Jesus

15/06 – Terça-feira

“Os pecadores acharão em meu Coração a fonte e o oceano infinito da misericórdia”

19h: Celebração da Palavra

Participação especial da comunidade Nossa Senhora da Conceição (Nova Viçosa)

16/06 – Quarta-feira

“As almas tíbias se tornarão fervorosas”

19h: Celebração da Palavra

Participação especial da comunidade Santa Luzia (Romão dos Reis)

17/06 – Quinta-feira

“As almas fervorosas elevar-se-ão rapidamente a uma grande perfeição”

19h: Celebração da Palavra

Participação especial da comunidade São Francisco de Assis (Juquinha de Paula)

18/06 – Sexta-feira

“Abençoarei as casas em que se achar exposta e for venerada a imagem do meu Coração”

19h: Celebração da Palavra

Participação especial da comunidade São José (Bela Vista)

19/06 – Sábado

“Darei aos sacerdotes o dom de tocar os corações mais endurecidos”

19h: Celebração da Palavra, em seguida levantamento do Mastro, anunciando a festa do Sagrado Coração de Jesus.

Participação especial da comunidade Nossa Senhora Aparecida (Posses)

20/06 – Domingo

Festa do Sagrado Coração de Jesus

16h: Procissão

17h: Celebração Eucarística

As desconcertantes surpresas de Deus

Quando Bento XVI proclamou o “Ano Sacerdotal”, houve todo tipo de reações. Desde aqueles que acolheram a ideia com alegria e entusiasmo, até aqueles que a criticaram ou ficaram “com um pé atrás”. Entre as críticas, estava o medo de que essa iniciativa viesse reforçar o clericalismo na Igreja, dificultando cada vez mais o tão sonhado protagonismo dos leigos. Outra preocupação é que a celebração do Ano Sacerdotal se transformasse numa empreitada ufanista, com celebrações solenes, homenagens, festas, alimentando um certo ‘endeusamento’ dos padres, uma idealização exagerada da figura do sacerdote.

Mas Deus sabe muito bem do que precisamos, mesmo antes de o pedirmos (cf Mt 6,8). E foi assim que Ele nos deu uma verdadeira ‘rasteira’. Como fez com São Paulo, nos derrubou do cavalo, nos fez beijar o pó, para que possamos enxergar melhor e redescobrir o caminho. Foi isso mesmo. Em pleno Ano Sacerdotal, pipocaram por toda parte os escândalos de abusos sexuais e pedofilia, foram ressuscitadas coisas do passado que nos envergonham, brotaram aos montes acusações, processos, vídeos constrangedores, notícias sensacionalistas, reportagens tendenciosas, questionamentos sérios. Nem o Papa escapou de todo esse rolo compressor que avança sobre a Igreja, maculando ou desmascarando a sua imagem. Muitos padres, inclusive jovens, foram assassinados. Outros foram vítimas de violência. O clero passou a ser visto por muitos com desconfiança.

Para quem esperava um Ano Sacerdotal festivo, marcado por celebrações e encontros, o que se viu foi bem desconcertante. Alguns podem até se deixar levar por uma certa frustração.

Mas nada acontece por acaso. “Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28). E isso nos faz crer que tudo o que vem acontecendo revela o carinho de Deus para conosco, o cuidado de Jesus Cristo com a sua Igreja. Certamente, esta foi a melhor maneira de se celebrar o Ano Sacerdotal, que traz como tema central a FIDELIDADE. Fidelidade a Jesus Cristo, que instituiu o sacerdócio enquanto lavava os pés dos discípulos, se doava de maneira plena, revelava um amor apaixonado, deixando no coração deles aquela inquietante pergunta: “Compreenderam o que eu fiz?!” (Jo 13,12). Fidelidade a Jesus que dizia: “Felizes de vocês se os homens os odeiam, se os expulsam, os insultam e amaldiçoam o nome de vocês por causa do Filho do Homem (…). Ai de vocês, se todos os elogiam” (Lc 6,22.26).

O fato de a Igreja ser desnudada e apresentada ao mundo com toda a sua miséria pode nos fazer muito bem. Em tantos momentos da História, ela já se aliou ao poder, sentou-se nos palácios e nos banquetes dos reis. Já experimentou relações promíscuas com os que exploravam e oprimiam. Apresentou-se ao mundo como “Mestra da Verdade”. Não se pode negar o bem que a Igreja fez, faz e fará à humanidade. Em muitos momentos da história, foi a maior expressão da promoção da vida, da luta pelo direito e pela justiça, a mãe para os órfãos, o consolo dos pobres e sofredores. Mas também não podemos nos esquecer de que “carregamos esse tesouro em vasos de barro” (2Cor 4,7). Esta é uma ótima oportunidade para voltarmos às origens, aceitando a ideia de sermos uma Igreja pobre, pecadora e perseguida, mas fiel e samaritana. Igreja do testemunho. Boa-Nova para o mundo.

É tempo de reafirmar a fé e a confiança. A barca pode ser frágil e o mar revolto, podemos nos sentir inseguros, mas Jesus está presente e garante a travessia (cf Mc 4,35-41). Podemos ser “atribulados por todos os lados, mas não esmagados; postos em extrema dificuldade, mas não vencidos; perseguidos, mas não abandonados; prostrados por terra, mas não aniquilados” (2Cor 4,8-9). Mas, para isso, é preciso humildade para reconhecermos nossa pequenez; nos colocarmos na condição de discípulos e de servidores.

Em junho, encerra-se o Ano Sacerdotal. Certamente não foi o que muitos queriam ou esperavam. Mas, certamente, foi o que estávamos precisando. Um tempo de reflexão, de tirar máscaras, de repensar a identidade, a missão, a formação. Tempo de purificação e de amadurecimento. De podas e perdas necessárias. Início de uma nova etapa. Oportunidade para superar toda idealização e investir mais na beleza do serviço ao pobre e da promoção da vida. Tempo de maior cuidado com a pessoa do padre, sua afetividade, sua realização. Que todo esse sofrimento não seja em vão, mas, à luz da paixão redentora de Cristo, se transforme também em “dores de parto”. Assim, terá valido a pena o Ano Sacerdotal.

Junho do Coração de Jesus

A Igreja celebra neste mês de junho a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Uma festa bonita que recorda a todos o amor do Senhor pela humanidade. Assim suplicamos na oração desta festa: “Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, alegrando-nos pela solenidade do Coração do vosso Filho, meditemos as maravilhas de seu amor e possamos receber, desta fonte de vida, uma torrente de graças.”

Diz o evangelista João que “a Deus ninguém nunca viu” (1,18). Porém, o Filho nos revela o Pai e nos dá a conhecer o seu plano de salvação. Também o amor ninguém nunca viu. Aliás, é o próprio João quem vai dizer que “Deus é amor” (1Jo 4,16). Contudo, assim como o Filho nos revela o Pai, também revela o verdadeiro amor. Por isso, a oração da festa do Coração de Jesus nos convida a meditar sobre as “maravilhas do seu amor”. Mas quais seriam estas maravilhas? Penso em algumas que gostaria de partilhar.

1 – A maravilha da encarnação. Celebrar o Coração de Jesus é celebrar a encarnação do verbo. O verbo se fez carne. O amor de Jesus é um amor que se concretiza no chão da história, dos acontecimentos, que se encarna em nosso meio. Quem ama deseja estar próximo do amado ou da amada. Deus, amando o ser humano, em Jesus Cristo se aproxima de cada um de nós. Faz sua morada em meio a nossa morada. É a experiência da Kenosis, quer dizer, do esvaziamento. Aqui está o centro dessa maravilha: esvaziou-se de si, de sua condição divina, para se encher do humano.

2 – A maravilha do seu jeito de ser. Talvez não seja tão difícil aceitar que Deus tenha assumido a condição humana. Dificuldade maior está em aceitar que Deus tenha assumido e vivido essa condição na pobreza, na simplicidade e na humildade. Para muitos, o escândalo não é que Deus tenha se tornado ser humano e sim que ele tenha se tornado pobre, sem regalias, sem chamar atenção para si, vivendo grande parte de sua vida no anonimato, numa pequenina cidade da galilélia, periferia do mundo judaico, terra de gente pobre, que não fala direito, que não tem direito, que é explorado e oprimido. Com certeza, se Jesus nascesse em “berço esplêndido”, filho de uma grande rainha, fosse educado como um príncipe não haveria escândalo algum.

3 – A maravilha do servir. O discípulo amado revela em seu evangelho a fonte do amor: o serviço. Nele, ao invés de definir o que é o amor, simplesmente narra o amor. A última ceia é a fonte do amor de Jesus e seus frutos são a Eucaristia e o Sacerdócio, instituídos para o serviço à humanidade. A eucaristia serve ao mundo como alimento e o sacerdote serve o alimento ao mundo. Deve ser por isso que São João Maria Vianney afirmou: “O sacerdócio é o amor do coração de Jesus”. Um amor que não faz dele um privilegiado, mas um servidor.

4 – A maravilha da Cruz. Eis a prova maior: dar a vida pelos outros. A cruz se torna maravilha porque é assumida por Jesus como uma etapa da sua vida. “Tendo amado os que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). Aqui, “amar até o fim” não significa apenas que Ele nos amou até o fim de sua vida terrestre. Mas que ele nos amou em plenitude, totalmente, até o máximo possível que se pode amar. Enquanto muitos esperavam um gesto ou uma atitude extraordinária como prova de amor, simplesmente deixou-nos a cruz: loucura para uns, insensatez para outros, amor para nós.

Neste mês do Coração de Jesus façamos a experiência de meditar estas maravilhas e penetrar no mistério profundo desse coração. Ninguém será discípulo verdadeiro se antes não sentir e habitar esse coração. Mais do que isso: ninguém será discípulo se não assemelhar o seu coração ao coração do mestre, bom pastor que dá a vida por amor.