Dando sequência às prioridades pastorais propostas pelo Projeto Arquidiocesano de Evangelização (PAE), a família é quem ocupará a centralidade da evangelização na Arquidiocese de Mariana neste ano de 2020. O desejo é que durante este ano possamos rezar ainda mais pelas famílias e em família, refletindo, à luz da fé cristã, sobre esta importante instituição.
É com grande alegria e esperança que toda a Arquidiocese de Mariana é chamada a assumir esta prioridade pastoral. Não podemos delegar a celebração do ano da família apenas à Pastoral Familiar ou aos movimentos e pastorais que focam sua atividade na família. Afinal de contas, todos os trabalhos eclesiais, em última análise, incidem sobre a vida da família. Portanto, o convite para a dinamização do ano da família é direcionado a todas as forças evangelizadoras da nossa Igreja particular.
Estamos num período denominado “mudança de época”, marcado por profundas e radicais transformações culturais, sociais e religiosas. Na verdade, estas mudanças são estruturais e, por isso, têm uma incidência muito forte sobre a vida das famílias.
A exortação pós- sinodal “Amoris Laetitia”, do Papa Francisco, elenca diversos fatores culturais, sociais e religiosos que afetam as famílias na atualidade. Dentre os fatores culturais, a Exortação acentua: maior espaço para a liberdade no seio da família; distribuição mais equitativa dos encargos e responsabilidades dentro da família; rapidez da comunicação; nova compreensão da sexualidade humana que repercute na legislação relativa à contracepção, ao aborto e aos direito matrimonial e familiar; a cultura do provisório que gera medo de compromissos mais permanentes e duradouros; o individualismo exagerado que leva a um fechamento em si mesmo; a ideologia de gênero que considera a realidade como uma construção social e visa desconstruir antropologicamente o conceito de masculino e feminino e sua reciprocidade.
Dentre os fatores sociais que interferem mais na vida da família, são apontados: o ritmo da vida atual que provoca estresse nos membros da família e dificulta a educação dos filhos; a sociedade do hiperconsumo em que o bem-estar material e o consumismo tornam-se sinônimos de felicidade; a diminuição dos matrimônios que faz crescer o número das pessoas que querem viver sozinhas ou conviver com outras, sem coabitar; a queda demográfica; os problemas econômicos provocados por falta de trabalho e habitação e que retardam o matrimônio.
(Continua no próximo artigo)