O papa Francisco sempre nos inspira a ações que edificam em todos os âmbitos e faz-nos refletir a partir de situações concretas do nosso tempo. Percebemos que “o acesso aos meios de comunicação possibilita a muitas pessoas ter conhecimento quase instantâneo das notícias e divulgá-las de forma capilar. Estas notícias podem ser boas ou más, verdadeiras ou falsas. Já os nossos antigos pais na fé comparavam a mente humana à mó da azenha que, movida pela água, não se pode parar. Mas o moleiro encarregado da azenha tem possibilidades de decidir se quer moer, nela, trigo ou joio. A mente do homem está sempre em ação e não pode parar de ‘moer’ o que recebe, mas cabe a nós decidir o material que lhe fornecemos”.
“Não tenhas medo, que Eu estou contigo” (Is 43, 5). Comunicar esperança e confiança, no nosso tempo.
Desse modo, encoraja-nos, seja no âmbito profissional seja nas relações pessoais, em meio a tantas informações, para oferecermos algo bom a quantos se alimentam dos frutos da nossa comunicação. “A todos quero exortar a uma comunicação construtiva, que, rejeitando os preconceitos contra o outro, promova uma cultura do encontro por meio da qual se possa aprender a olhar, com convicta confiança, a realidade”.
É urgente romper o círculo vicioso da angústia e deter a espiral do medo, resultante do hábito de se fixar a atenção nas notícias más (guerras, terrorismo, escândalos e todo o tipo de falimento nas vicissitudes humanas).
Não se trata, naturalmente, de promover desinformação onde seja ignorado o drama do sofrimento, nem de cair num otimismo ingênuo que não se deixe tocar pelo escândalo do mal. “Aliás, num sistema comunicador onde vigora a lógica de que uma notícia boa não desperta a atenção e, por conseguinte, não é uma notícia, e onde o drama do sofrimento e o mistério do mal facilmente são elevados a espetáculo, podemos ser tentados a anestesiar a consciência ou cair no desespero”.
É preciso que sejamos criativos e para oferecermos aos homens e mulheres do nosso tempo relatos permeados pela lógica da boa notícia. “Para nós, cristãos, os óculos adequados para decifrar a realidade só podem ser os da boa notícia: o ‘Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus’”.
Através da força do Espírito Santo, podemos ser testemunhas e comunicadores de uma humanidade nova, redimida. Quem, com fé, se deixa guiar pelo Espírito Santo, torna-se capaz de discernir em cada evento o que acontece entre Deus e a humanidade, reconhecendo como Ele mesmo, no cenário dramático deste mundo, esteja compondo a trama de uma história de salvação.
Por conseguinte, as pessoas que se deixam conduzir pela Boa Notícia no meio do drama da história, tornam-se como que faróis na escuridão deste mundo, que iluminam a rota e abrem novas sendas de confiança e esperança. O mês da comunicação nos motiva a ir além e comunicar esperança e confiança, avante!
Pe. Edir Martins
Paróquia Santana em Guaraciaba e
Assessor de Comunicação da Arquidiocese de Mariana