Para início de conversa, gostaria de retomar um pequeno trecho do material do Retiro Quaresmal, realizado na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, este ano, que diz “Nada mais contrário ao espírito pascal que a vida instalada e uma existência estabilizada de uma vez para sempre, tendo pontos de referência fixos, definitivos, tranquilizadores…”. Diante dele, pensei: como somos inclinados às estabilidades da vida! Perdoem-me, aqui, se tomo a liberdade de falar no plural, mas sinto que este é um gosto bastante comum entre nós.
Ao encerrarmos o tempo pascal, porém sempre sob a luz da ressurreição de Cristo que nos convida a dar novos passos frente às circunstancias diversas e adversas da vida, que tal pensarmos um pouco sobre as mudanças que ocorrem e, inevitavelmente, ocorrerão em nossa vida e no modo como temos lidado com elas?
Para muitos de nós, as ocasiões de mudança nos desinstalam, não é verdade? Temos a sensação de que perdemos nossas referências e, até mesmo, um pouco de nós. Aquele jeito habitual já não está mais presente, os rostos e, ou, lugares familiares também não estão mais lá… E, então, como agir diante deste novo quadro que nos é apresentado?
Penso que, primeiramente, será preciso reconhecer que ao nos desinstalarmos deveremos escolher uma nova postura: ou optamos por encarar a mudança e com isso crescer e amadurecer enquanto pais, filhos (as), esposos (as), profissionais, membros de uma comunidade paroquial, enfim, enquanto pessoas ou optamos pela resistência ao novo, por meio de reclamações, comparações e lamentos.
O convite que deixo aqui é que optemos por avançar, por olhar as mudanças que nos acontecem como um tempo de possibilidades e amadurecimento. Se assim o fizermos, creio que seremos impulsionados para frente, onde descobriremos que o novo pode, sim, nos apontar um grande bem.