É próprio do ser humano a comunicação e a expressão. Em todos os momentos da história humana percebemos o seu desejo de deixar marcar, registrar os acontecimentos e sentimentos vividos por ele. Os suportes utilizados são os mais variados e se transformam com a própria transformação do ser humano.
Os jovens, como novos sujeitos que são, criam novas linguagens visuais a fim de comunicarem seus sonhos, indignações, esperanças e alegrias. Nem sempre é fácil para nós, mais adultos, acostumados com nossas antigas linguagens, ler e compreender as novas linguagens juvenis. É como tentar aprender um novo idioma. Exige tempo, dedicação e muito esforço.
Uma primeira dificuldade está em “quebrar o pre-conceito”. Tentar ler uma nova linguagem a partir do que já temos cristalizado em nós é sempre um desafio e, normalmente, não compreende nada! Basta lembrar do que Jesus disse: “vinho novo, em odres novos! Não se coloca remendo novo em roupa velha, pois o remendo novo rasga a roupa velha”. Uma nova linguagem, um novo modo de se expressar, exige de nós um modo novo de compreender. Mas como viver isso?
Creio que a Ressurreição de Jesus pode nos ajudar. Viver a ressurreição é aprender uma nova linguagem, um novo jeito de conviver com o Senhor. Certamente, para os discípulos e apóstolos não foi fácil aprender a contemplar o Senhor que se faz presente no meio da comunidade, ao partir o pão. Mas quando aprenderam e compreenderam a linguagem nova da ressurreição, quanta alegria, quanta esperança, quanto testemunho!
Assim também acontecerá quando a gente conseguir decifrar as novas linguagens dos jovens de hoje. Aí entenderemos o que eles dizem: “Queremos viver”!