Neste mês em que celebramos a semana nacional da família queria apresentar algumas breves reflexões sobre um tema que, vira e mexe, aparece, não de modo teórico, mas real e pastoral em nossa vida eclesial: os casais que vivem em segunda união.
Esses irmãos e irmãs vivem a fé, participam das atividades comunitárias e paroquiais, transmitem a fé a seus filhos e filhas. Contudo, ainda parece ser um tabu falar sobre tal tema. Discriminação, preconceito, moralismos aparecem como obstáculos a um olhar mais terno, compreensivo, fraterno e misericordioso.
O papa Francisco disse, na entrevista concedida no vôo de volta do Brasil para Roma que vivemos o tempo da misericórdia. Ao ser perguntado sobre a questão da comunhão àqueles que vivem em segunda união afirmou: “(…) eu acho que é necessário estudar isso na totalidade da pastoral do matrimônio. E por isso é um problema. Mas eu acho que este problema deve ser estudado no quadro da pastoral do matrimônio. E, para isso, temos duas coisas: primeira, um dos temas a consultar a estes oito cardeais do Conselho dos Cardeais, com quem nos reuniremos nos dias 1, 2 e 3 de outubro, é como avançar na pastoral do matrimônio, e este problema será lançado lá. E uma segunda coisa: esteve comigo, quinze dias atrás, o secretário do Sínodo dos Bispos, para ver o tema do próximo Sínodo. O tema seria antropológico, mas olhando-o de um lado e de outro, indo e vindo, encontramos este tema antropológico: a fé como ajuda no planejamento da pessoa, mas na família para se debruçar depois sobre a pastoral do matrimônio. Estamos a caminho de uma pastoral do matrimônio um pouco mais profunda.” Que a misericórdia triunfa sobre o juízo!