Geralmente quando pensamos em paz, pensamos também em guerra. Paz significa somente ausência de guerra? Acho que não.
Atualmente o conceito de paz é muito mais amplo e engloba também a busca da paz interior e busca da paz entre os homens e com a natureza.
Portanto, podemos dizer que a construção da paz abrange três eixos: a paz interior, significando a capacidade de cuidar bem se si mesmo; a paz social, ou seja, a capacidade de cuidar bem dos outros e a paz ambiental, a capacidade de cuidar bem do ambiente em que vivemos.
Para nós cristãos, no entanto, a verdadeira paz é um dom de Deus que nos reconcilia com Ele. Paz é a própria natureza de Deus. Se Deus está reinando em uma pessoa, sua paz estará nela; se o reino de Deus está se espalhando em algum lugar por meio de nós, então estará ali, em manifestação, esse poder divino. O próprio Jesus é quem disse: “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9). Também em João 14,27, Ele próprio nos concede a paz: “Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo dá. Não fiquem perturbados, nem tenham medo”. Sentimos que a paz que o mundo nos oferece não é a mesma que recebemos de Deus. Ela excede todo nosso entendimento. Ela nos permite descansar no Senhor e, mesmo quando todos os nossos sentidos nos dizem para temer e desesperar, a paz de Deus em nós nos permite rir e alegrar em uma atitude de fé. Essa paz é um direito e um privilégio dos filhos da paz. Somos filhos do Deus da paz.
Como o papa Francisco nos disse, a paz e a alegria são o sinal da presença de Deus na Igreja. Por isso, devemos pedir a Deus esta graça e alimentar em nosso interior, no nosso coração, a presença de Deus que nos dá a paz. E assim, trabalhar para que se implante em nossas comunidades a cultura da paz, onde exista respeito, cuidado, presença, amor, solidariedade, perdão e tolerância.
Também nas palavras do nosso papa, quando o homem pensa só em si mesmo, nos seus próprios interesses e se coloca no centro, quando se deixa fascinar pelos ídolos do domínio e do poder, quando se coloca no lugar de Deus, então deteriora todas as relações, arruína tudo; e abre a porta à violência, à indiferença, ao conflito. E ele nos questiona: é possível percorrer o caminho da paz? Podemos aprender de novo a caminhar e percorrer o caminho da paz? Reflita sobre estas questões, pense em suas relações com você mesmo, com Deus e com seus irmãos e irmãs e dê sua resposta a Deus. Siga o conselho do Papa Francisco e olhe para a Cruz. “Na cruz podemos ver a resposta de Deus: ali à violência não ser respondeu com violência, à morte não se respondeu com a linguagem da morte. No silêncio da Cruz se cala o fragor o fragor das armas e fala a linguagem da reconciliação, do perdão, do diálogo, da paz”.
Meus irmãos e irmãs tenhamos todos a coragem de fazer acontecer a paz, fundamentada na fraternidade, na solidariedade, no amor ao próximo, a partir do amor que nos é dado por Deus, gratuitamente.